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Homenagem – Renê Aranha

Homenagem e Inauguração Complexo Poliesportivo

Histórico – Renê Aranha

Escolher o nome de alguém para dar significado a um trabalho, uma obra ou um serviço prestado à comunidade é sempre uma grande responsabilidade, afinal, é preciso ter sintonia fina, precisa, acertada que consiga aliar a história do homenageado ao novo espaço comunitário que vai servir a milhares de pessoas. E mais… é uma decisão que vai perdurar, mas, ao mesmo tempo em que essa avaliação ponderada deve prevalecer na escolha, com bom senso e equilíbrio, fica mais fácil quando temos conhecimento de quem estamos falando.

Nascido em Itapetininga, no sudoeste paulista, nos idos de 1951, sétimo filho do ferroviário Aristides e da dona de casa Idalina, Renê Aranha teve uma vida simples. Estudou em escolas públicas na cidade natal e logo na adolescência já começou a trabalhar como “office boy” em escritórios de contabilidade. Contabilidade, aliás, foi uma missão que lhe foi confiada por Deus, tanto que, com muito esforço e algumas dificuldades, conseguiu se formar ainda em Itapetininga nessa carreira que o acompanhou por toda sua vida, em diferentes aspectos.

Na década de 1970, Renê e sua esposa, Lia, deixaram Itapetininga para empreender, crescer, e realizar novos sonhos. Em 1974, chegaram a Jaú, cidade onde Osvaldo, irmão mais velho de Renê, já morava com a família.

Na nova cidade, Renê buscou a melhor forma para poder se relacionar com as pessoas: tornou-se sócio do principal clube, o Caiçara. E, assim, em 2 de setembro de 1974, a diretoria autorizou a aquisição do título 1087, do qual muito se orgulhou até seu falecimento precoce em 2002.

Contador formado, Renê sempre buscou estudar e se especializar mais em sua área. Em Jaú, cursou administração de empresas, o que lhe conferiu uma segunda graduação. Ele, porém, almejava mais… queria realizar o sonho de prestar um importante concurso público e poder oferecer todo seu potencial no trabalho e uma vida melhor à esposa Lia e aos filhos, Giuliano, Maurício e Mateus.
Em 1978, ocorreu a primeira grande vitória em sua carreira pública. Renê passou no concurso para o cargo de fiscal do trabalho. Ele tinha mais pretensões profissionais. Depois de três anos de estudos que realizava à noite, já que trabalhava durante o dia todo, Renê finalmente conseguiu, com muita dedicação e foco, ingressar ao INSS, no cargo de auditor-fiscal, em 1981. Dedicou boa parte de sua vida à fiscalização. Passados dezoito anos de sua morte, ainda é reconhecido pelo profissionalismo, ética e, acima de tudo, respeito com o cidadão.

Ao mesmo tempo em que cumpria seu exercício profissional, Renê era o marido e o pai que aproveitava o que o Caiçara Clube de Jaú tinha de melhor a oferecer aos seus associados. Tantas e tantas vezes ia buscar água no clube. Ele tinha um galão azul, que era inconfundível, guardado sempre no porta-malas de um Corcel-2 ano 78. A água de qualidade excelente era oferecida por ele para a família.

Nos campeonatos de futebol, participou de algumas temporadas. Fez muitas amizades e compartilhou bons momentos com os novos amigos da cidade que escolheu para passar o resto da vida. Uma torção de menisco o fez parar com o bate-bola, mas não com a frequência no clube. No Caiçara, Renê ensinou os filhos a darem os primeiros chutes a gol, a andar de bicicleta, a aproveitar as estruturas das piscinas e, principalmente, a respeitar todas as pessoas.

Em seu curto período de vida, foram 51 anos, Renê deixou um legado à família: fazia questão de oferecer aos três filhos uma oportunidade à prática esportiva. Os meninos sempre estiveram presentes nos campeonatos de futebol do Caiçara em uma época que, sem dúvida, marcou a vida de muitas gerações. Os filhos fizeram parte do time do Boca, profissional que teve participação especial na história do clube. Renê também incentivou os filhos à prática da natação, na Piscina Municipal, e de judô, com o sensei Roberto Cury, treinador conhecido por uma geração de bons judocas que defenderam Jaú nas competições da região. Cury via em Renê não só um pai de atletas, mas um incentivador do esporte.

A vida social no Caiçara também foi aproveitada por ele, que levava os filhos para a curtição nas matinês de Carnaval e para outros eventos sociais, quando os meninos já estavam mais crescidos. Discreto, nunca almejou a participação na diretoria ou no conselho de entidades. Como cidadão de bem, cumpriu o estatuto da entidade de forma que não há registros que desabonem sua figura como associado.

Apesar da discrição característica de sua personalidade, Renê nunca deixou de cumprir com determinação funções voluntárias para as quais foi convidado. Ele participou da fundação da Associação Cultural Esportiva Nipo Brasileira de Jaú, no ano de 1988.

A entidade localizada na Rua Ernesto Pires de Campos, no Jardim Santa Rosa, representa uma conquista para os milhares de brasileiros de origem japonesa que encontram na ACENBJ um ambiente propício para a divulgação da arte e cultura do Japão. Neto de italiano por parte de mãe, Renê tinha uma ligação com o país oriental. Hiroshi Tamura, o pai de sua esposa, era um imigrante japonês que chegou ao Brasil em 1935. Apesar das diferenças culturais e da barreira linguística, genro e sogro sempre tiveram uma relação respeitosa e cordial.

O bom caráter também rendeu a ele uma homenagem póstuma aprovada por unanimidade na Câmara Municipal de Jaú. Uma das ruas do Jardim Dona Emília, bairro localizado na zona norte da cidade, sob o CEP 17209-860, leva o nome de Renê Aranha.

A participação de sua família no desenvolvimento de Jaú e da região também é notável. O Escritório Contábil Modelo, fundado por Renê e sua esposa, Lia Tamura Aranha, atua na cidade há mais de quatro décadas, gerando empregos, formando profissionais qualificados e prestando serviços de alto nível aos clientes conquistados com muita dedicação e ética.

Graças ao esforço do casal, a família proporcionou uma base de educação forte aos filhos. Giuliano graduou-se em jornalismo e atua como repórter e apresentador de telejornais. Trabalhou em várias emissoras importantes do país, entre elas a TV Globo, em São Paulo, TV Tem Bauru e, atualmente, EPTV Campinas. Maurício graduou-se em direito e técnico em contabilidade. Trabalha no Escritório Modelo e atua também no departamento jurídico da Santa Casa de Jahu. Mateus é formado em direito e ciências contábeis. Além de atuar na área jurídica e contábil no Escritório Modelo, é consultor jurídico da Câmara Municipal de Bocaina e professor universitário com titulação acadêmica de mestre.

Os filhos de Renê também têm participado do Caiçara Clube desde quando a família se associou, nos idos de 1974. E eles foram além… se doaram e ainda se doam pelo associado. Um fato a se destacar em Maurício e Mateus que comprova isso é a disposição ao serviço voluntário pelo clube. Mateus foi presidente do Conselho Fiscal na Gestão 2015/2017. Já Maurício desempenhou várias funções no Caiçara: foi tesoureiro na Gestão 2011/2013 e atualmente é presidente reeleito (Gestões 2017/2029 e 2019/2021).

Ao encerramos este histórico de quem foi Renê Aranha, gostaríamos de reforçar que escolher seu nome para homenagear um complexo esportivo tão importante para a comunidade caiçarense é ter a certeza de homenagear uma pessoa que dedicou sua vida à família, ao trabalho e à sociedade jauense. Um exemplo a ser admirado por todos nós!

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